quinta-feira, 1 de abril de 2010

A carne mais barata do mercado é carne negra


A postagem Não existe racismo no Brasil gerou uma certa polêmica. O cerne da discussão foi acerca de quem ocupa o centro do problema, se é o racismo ou se é a desigualdade social.

Bem, no meu entendimento, o capitalismo é excludente e no caso do Brasil, exclui mais os negros. Na Bolívia, os indígenas. No Canadá, os inuits.

Claro que a pobreza é um problema, que a desigualdade tem que ser combatida. A questão que eu levanto é que temos que tratar os iguais como iguais e os diferentes como diferentes.

Se o capilismo é cruel, no Brasil, é a população negra que está sujeita aos seus piores caprichos.

Com a palavra, Brizola Neto. Os grifos são meus.

A morte é pobre, é jovem, é negra, é dor
terça-feira, 30 março, 2010 às 16:43

Tomei agora conhecimento dos números do “Mapa da Violência”, uma análise das mortes por homicídio no Brasil de 1997 a 2007.
A notícia boa é de que a redução da pobreza, se não resolve, ajuda a mitigar esse drama. De 1997 a 2003, a taxa de homicídios no país cresceu na faixa de 5% ao ano, atingindo o pico de 28,9 assassinatos para cada 100 mil habitantes em 2003 – com 51.054 mortos. Depois disso, o índice caiu em 2004 (27) e 2005 (25,8), voltou a subir em 2006 (26,3) e alcançou seu menor patamar em 2007, com 25,2.
A ruim é que a morte, além de pobre, continua sendo negra e jovem.
O número de pessoas brancas vítimas de homicídio caiu de 18.852 para 14.308, uma queda de 20,1%. Mas o de negros aumentou de 26.915 para 30.193, um crescimento de 12,2%. Há oito anos, morriam 46% mais negros que brancos, em 2007 essa diferença foi para 108%.
Em 1980, a cada 100 mil jovens, entre 15 e 24 anos, 30 deles morriam por homicídio em 1980, o número aumentou para 50,1 em 2007.

Pobreza, juventude, cor. Posto aí em cima o poema “A Morte do Leiteiro”, lida pelo próprio Carlos Drummond de Andrade, que faz pensar sobre nossa rotina, antiga e dolorosa, de violência.

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