terça-feira, 16 de março de 2010
Política externa vs. vassalagem
É lamentável que parte do Brasil torça contra o Brasil. Quando o governo Lula defende o interesse da economia nacional, intelectuais, colonistas* e políticos da direita dizem que vamos quebrar, que o preço disto ou daquilo vai subir. Quando Lula e Celso Amorim trabalham pela união da América Latina ou dão preferência pelas alianças Sul-Sul, são acusados de esforço inútil, alianças comprometedoras. Quando o governo age pela defesa da auto-determinação de uma nação e pela defesa da democracia, faz trapalhada.
O discurso é o mesmo, seu pano de fundo é o retorno à nossa condição de colônia. À chancelaria de Fernando Henrique Cardoso teciam loas, mesmo se nosso chanceler tirasse os sapatos por quatro vezes em território estadunidense. Lamentaram a ALCA ir pelo ralo.
Logo no começo da gestão Lula, quando estreitamos as relações com a África e ampliamos nossa carteira comercial por lá, foi dito que estávamos perdendo tempo - vale lembrar que Lula foi o primeiro presidente brasilleiro a fazer uma visita oficial ao continente.
O ataque a Chávez, Correa e Morales dispensa comentários sobre o trabalho que a direita, através de seus partidos ou da sua imprensa, desempenha contra uma América Latina que seja senhora de seu destino. A posição contrária à entrada da Venezuela é um ótimo exemplo. Mas o clímax foi a defesa do indefensável: o apoio incondicional ao regime golpista em Honduras. A direita brasileira, através de seus partidos ou de sua imprensa - tanto faz - chegou a classificar de trapalhada o fato de termos acolhido Zelaya na embaixada em Tegucigalpa.
No momento, a direita usa de terrorismo para defender os interesses dos EUA ante aos nossos na questão dos subsídios aos produtores de algodão naquele país. Para reparar uma dívida estimada pela OMC em mais de 800 milhões de dólares anuais, o governo vai sobre taxar produtos made in USA. A retaliação cruzada (como é chamada essa medida) foi autorizada pela OMC que considerou a prática estadunidense ilegal e prejudicial ao Brasil.
Nem o valor da monta - permitam-me repetir: o prejuízo causado à indústria nacional foi de mais de 800 milhões de dólares anuais. Nem a condenação internacional da prática do Grande Irmão do Norte, tampouco o fato de o processo ter sido protocolado ainda na gestão FHC. Nada impede que a bílis fale mais alto que a razão. A direita diz que o pãozinho vai aumentar, que os remédios vão aumentar, que a vida no Brasil vai encarecer.
Não adianta eles espernearem. Não adianta eles falarem pela manhã, pela tarde pela noite que o atual governo faz errado. Não adianta chamar os 'especialistas' para 'provarem' que é um fiasco. Na memória de todos nós, tucano é leiloeiro, bicho privatista, como bem observou carlos hermes.
*adotarei o verbete criado por Paulo Henrique Amorim para designar os colunistas do PIG que reproduzem o mentalidade colinizada, que defendem o interesse da 'metrópole' ante o nosso.
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