sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dilma: "ninguém respeita quem deixa uma parte do seu povo na miséria"

No teatro Casa Grande, em um discurso de quase uma hora, Dilma fez um grande retrospecto da sua vida e dos oito anos do governo no qual ocupou duas pastas. Desconstruiu tabus. Mostrou que os programas sociais não são assistencialismo, como ouvimos no PIG, são, antes de tudo, sine qua non para o exercício da soberania.

Dilma contou que custou a entender quem era o 'você' da música Apesar de você do Chico, canção que ela conheceu no Presídio Tiradentes, onde foi parar por lutar contra a ditadura, momento de revés. Demonstrando maturidade, disse que momentos como aqueles ajudaram a torná-la combativa.

"Apredemos a perder. Quem perde adquire uma grande capacidade de resistir. Eu quero dizer a vocês que eu me formei na vida política perdendo. Mas perdendo e ao mesmo tempo ganhando, porque ganhar a capacidade de lutar e de resistir é algo que uma geração não pode abrir mão. Eu tenho muito orgulho das minhas derrotas, porque foram boas derrotas, foram derrotas de uma luta correta."

Falou da descontrução de tabus. "O primeiro tabu é que era impossível que esse país crescesse e distribuísse renda". "O Brasil podia crescer sim sem que houvesse inflação". Que não era possível investir em ensino fundamental (básica e média) e ensino superior e que os investimentos teriam sempre que sacrificar o último.

Um balanço da gestão Lula não poderia deixar de falar em inclusão social. Dilma corrigiu Boff: "governo nenhum consegue tirar 28 milhões da pobreza e elevar, porque já é 28 milhões, viu, meu querido Boff... a gente, mesmo com a crise, incorporou mais gente, tirou da miséria e incorporou 36 milhões às classes médias. Ninguém consegue isso se não perseguir isso sistematicamente".

Falou de futuro. "o meu compromisso é que é possível erradicar a pobreza no Brasil, é possível! Não só é possível, como é, melhor ainda, visível. Nós temos a possibilidade de fazer isso nos próximos anos. E por que eu digo isso? Nós tiramos - e não é um dado que pode ser objeto de disputa eleitoral -, nós tiramos 28 milhões, na situação dos 28 milhões, tem mais em torno de 21 milhões. 21 milhões, mantida esta política, ou acelerada, nós tiramos num horizonte que nós podemos enxergar o resto dos brasileiros da situação de miséria".

Relacionou política internacional, soberania nacional, com política interna, programas sociais no que foi o tapa de pelica em FHC.

"Mas é também, como eu disse no início, a nossa concepção política que levou a sermos capazes política de respeito em relação aos países da Europa, aos Estados Unidos e ao Japão. Foi a nossa atitude, hoje nós somos respeitados lá fora também por uma outra razão: ninguém respeita quem deixa uma parte do seu povo na miséria, ninguém! Pode ser um intelectual mais brilhante, mas ninguém respeita, se não tirar seu povo da miséria, ninguém respeita".








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